Posso usar bateria de 6,0 volts no receptor?
Resposta: Quando alimentamos o receptor com uma bateria de 6,0 volts, pode parecer a princípio que não estamos cometendo nenhum pecado contra o nosso equipamento, mas se não observarmos determinadas condições a coisa não vai ficar tranqüila não!
Os servos quando alimentados com voltagem maior geram mais torque. Em compensação CONSOMEM MAIS BATERIA!
Isso é bem lógico porque o incremento no torque do motor tem que vir de algum lado!
Com o aumento da voltagem, o motor do servo passa girar mais rápido e entrega maior força no seu eixo.
Mais força = mais potência. Mais potência = mais consumo de energia da bateria.
Se por um lado é uma vantagem um servo mais veloz e com mais força, não podemos esquecer os custos que teremos que pagar para desfrutar dessa benesse.
Primeiro não vamos esquecer que fazer um servo trabalhar com 6,0 volts significa levá-lo ao seu limite, e todo o equipamento que trabalha no limite ficará mais sujeito a apresentar falhas.
Os servos mais simples como o S 148 e os 3003/3004 da Futaba, utilizam um circuito integrado para controlar o motor que é bastante sensível, ou seja, qualquer trancadinha das engrenagens ou uma superfície de controle maior ou mais pesada, fará com que esse circuito aqueça bastante.
Se esta condição durar muito tempo o circuito "queima".
As vezes queima só a metade e ai temos um servo que só anda para um lado! Outras vezes queima totalmente e o servo fica inoperante.
Nos servos de maior torque o controle do motor é feito por 4 transistores bem maiores que consequentemente "aguentam mais desaforo"!
Outro detalhe a considerar é a voltagem da bateria. Você já deve ter observado que uma bateria normal de 4,8 volts quando totalmente carregada, apresenta uma voltagem que varia entre 5,2 até 5,6 volts.
Agora uma bateria de 6,0 volts na mesma condição vai apresentar uma voltagem de 7,2 até 7,8 volts dependendo é claro do estado da mesma.
A Futaba garante que os seus equipamentos ( no caso os servos ) de RC podem funcionar com no máximo 6,0 volts e você estará ligando eles numa bateria com 7,8 volts! Portanto excedendo em 30% a voltagem limite estabelecida pelo fabricante!
É claro que depois de alguns minutos a voltagem baixará MAS FICARÁ SEMPRE ACIMA DOS 6,0 VOLTS. Assim como numa bateria de 4,8 volts a voltagem de trabalho ( aquela que a gente considera seguro voar ) é aproximadamente 5,0 volts.
Para contornar esse problema existe um dispositivo limitador de voltagem que fica ligado entre a bateria e a chave e serve para limitar a voltagem entregue ao receptor ( e aos servos ) em 6,0 volts. Mais precisamente 5,9 volts.
Enquanto a voltagem da bateria exceder esse valor o dispositivo "absorve" o excesso. Quando a voltagem chega a 6,0 volts ele simplesmente atua como se não estivese inserido no circuito permitindo que os 6,0 volts sejam aplicados no receptor.
Esse componente é fácilmente encontrado nos sites americanos que comercializam produtos de RC e custa aproximadamente 15 dólares.
Utilizando esse limitador você manterá o receptor e os servos dentro das especificações do fabricante.
Lembre-se porém que ainda correrá o risco de danificar os servos uma vez que a voltagem aplicada neles está NO LIMITE.
O circuito do receptor é menos suscetível ao aumento da voltagem porque trabalha com correntes menores e possui o seu próprio regulador interno.
A estas alturas você deve estar pensando: Mas eu conheço muitos aeromodelistas que usam baterias de 6,0 volts, não usam nenhum circuito limitador e não acontece nada de errado com os seus modelos!
É verdade, mas como técnico em RC não posso deixar de fazer este esclarecimento para que nossos colegas saibam o que estão fazendo.
Se você vai fazer um GIANT SCALE não economize nos servos! Isto pode lhe custar bem caro!
Principais problemas apresentados pelos servos ligados em baterias de 6,0 volts SEM CIRCUITO LIMITADOR:
1 - Tremores aleatórios ( jitter ) sem que nenhum comando esteja sendo enviado ao receptor.
2 - Aquecimento excesivo.
3 - Consumo exagerado de bateria.
4 - Queima parcial ou total do circuito eletrônico interno.
(Texto pesquisado e editado por Josielson Melo)
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