Motor 2 tempos, glow com problemas de funcionamento.
Algumas observações sobre esse incoveniente que tanto nos aborrece e atrapalha um divertido e relaxante final de semana de vôo!
A primeira coisa que se deve ter em mente é que o princípio básico de funcionamento de um motor 2 tempos é que, no primeiro tempo ele aspira o ar e combustível pelo carburador (pistão descendo no cilindro) que dosa a mistura ar+combustível para, em seguida, comprimir essa mistura ao máximo na câmara e provocar uma detonação (2° tempo) no composto que, por sua vez, empurra o pistão para baixo e assim se segue na sequencia; aspira/detona – aspira/detona...
Pois bem, no motor gasolina, no momento exato da detonação, a vela recebe uma descarga altíssima de energia que a faz soltar uma faísca entre os eletrodos. Nesse momento ocorre a explosão.
Já nos motores glow, a partir do primeiro momento em que o motor funciona (colocando-se o “Ni” na vela) o filamento aquece permanecendo “aceso” nas demais detonações proporcionando o funcionamento regular do motor.
A invenção dessa “vela” (glow plug) possibilitou um desenvolvimento fantástico no aeromodelismo por conta de facilitar a miniaturização dos motores, assim como reduzir consideravelmente o peso e custo de fabricação.
Entretanto, o princípio de funcionamento das velas é o mesmo de um “sabonete”, ainda que mal comparado.
Quando nova a vela tem seu filamento na espessura ideal. A medida que vai sendo usada ela vai liberando partículas de seus elementos de composição que lha vão tornando “envelhecida”.
Muitas das vezes, uma vela, ainda que esteja “acendendo”, pode não proporcionar um bom funcionamento do motor, por conta de estar fraca.
Uma vela adequadamente usada, segundo o tamanho do motor, possibilita um melhor funcionamento do mesmo:
OS #A3, para motores até .42;
OS #A8, para motores de .45 a .61;
OS #A5, para motores de .90 para cima.
Estando em ordem a vela e o combustível, que, de preferência não deverá ser muito velho, e carregado que esteja o “Ni”, o procedimento básico de regulagem se dá da seguinte maneira:
a) fechar a agulha de alta totalmente, porém sem arrochar para não danificar a sede;
b) abrir cerca de 3 voltas completas e ligar o motor;
c) ele funcionará mais “gordo” por conta da mistura estar com mais combustível que ar;
d) mantendo-se a borboleta do carburador totalmente aberta, fecha-se a agulha de alta vagarosamente, até que o motor dê seu rendimento total de forma homogênea. A partir de então, volta-se dois “clic’s” nessa agulha para que ela não se torne pobre em vôo;
Um erro normal de se acontecer é o Piloto afinar em demasia o motor e então, por excesso de aquecimento ou mesmo mistura pobre demais, acaba por apagar em vôo.
O ideal é manter sempre a mistura levemente rica. Isso facilita a lubrificação e resfriamento do motor o que, sem dúvida, proporcionará um funcionamento regular e maior longevidade da máquina.
Essa é a afinação da máxima.
A afinação da lenta, se dá, regra geral, da seguinte forma:
a) mantenha a marcha lenta por alguns segundos;
b) acelere bruscamente;
c) se o motor acelerar “engasgando”, vá fechando a agulha de lenta (sentido horário) em minúsculas voltas e repetindo sempre a aceleração brusca até que ele responda instantâneamente;
d) se, ao contrário, o motor apagar, abra a agulha da mesma forma, ou seja, em minúsculas voltas, até que ele responda de forma ideal.
Lembre-se sempre de usar hélices compatíveis com os motores e que elas estejam balanceadas.
Percebam que essas dicas são para motores já amaciados, que estejam devidamente instalados nos aeros e que estão dando “problemas”.
Posteriormente, abordarei o tema ajustagem fina da lenta pra não ficar enfadonho esse tópico.
BONS VENTOS, COMANDANTES!!!
Silvinho Agostini
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